quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Invertemos a lógica da economia


Represar é criar pobreza, espalhar é criar abundância


A julgar pelo que a natureza nos ensina, invertemos a lógica da economia. 

Mas há um movimento em direção à mudança, alguns setores e empreendedores já se deram conta disso e estão mudando de rumo, com ótimos resultados.

Não é difícil para você concordar comigo se eu disser a você que fazer economia é não gastar, é poupar, é guardar, é acumular. 

Assim pensando e agindo, com o passar do tempo, guardando parte do que se ganha, acumulando durante anos, uma pessoa poderia ter um bom dinheiro guardado.

Esta mesma lógica passou a ser aplicada a ideias, empreendimentos, projetos, iniciativas. As pessoas tendem a pensar que é melhor economicamente se elas restringirem, se ocultar, se esconder, se proteger, para que a concorrência não fique sabendo, para que ninguém roube a sua ideia.


Fazer economia é espalhar e compartilhar


Vamos ver o que a natureza pode nos ensinar sobre economia e abundância.

Uma selva é abundante porque se espalhou, cresceu, se fortaleceu, se multiplicou. Uma água é abundante porque a vida ali também se multiplicou, espalhou-se, há grande população de peixes e organismos vivos.

Ser abundante é o contrário de ser mesquinho, tacanho, egoísta, purista, seletivo. 

Ser abundante é transbordar, espalhar, encher-se e encher tudo ao redor com vida, com motivação, com conhecimento, com amor.

A natureza nos ensina isso, a árvore espalha suas sementes, suas raízes, suas folhar e quanto mais árvores tiver ao seu redor mais vida ela terá, mais abundante ela será. O lobo mata em grupo e come em grupo alimentando toda a matilha, se ele caçasse sozinho e guardasse a carne só para ele, teria uma vida medíocre e morreria em pouco tempo.


Ser abundante não é acumular para si uma enorme quantidade de coisas, de bens, de dinheiro, de conhecimento, de dons. Isso não é ser abundante, é ser intoxicado, é represar a vida. Ser abundante é compartilhar dons, atributos, oportunidades, habilidades, é ensinar, somar e multiplicar.

Há uma ideia equivocada de economia como o ato de prender para si, represar dons e riquezas. A economia que a natureza nos ensina é a da abundância, quanto mais espalha mais tem, mais rico fica. Quem suga do ambiente e represa para si, multiplica morte e miséria, que mais cedo ou mais tarde acabará lhe alcançando.

Para ser abundante, rico, é preciso enriquecer o ambiente, fertilizar, adubar, é assim que a árvore faz, que a floresta faz para ser abundante e garantir vida, riqueza e saúde. Se uma árvore decidisse que todas as suas folhas, sementes e frutos deveriam ficar só com ela, acabaria morrendo e matando as que estivessem ao seu redor.

A ideia de eliminar a concorrência, de evitá-la, de não ensinar para os outros para não criar concorrência, de esconder o jogo, está ultrapassada e é economicamente inviável nos dias de hoje.

Quanto mais você espalha, quanto mais você compartilha, mais você tem.


Há muitos exemplos que provam isso e a ideia de shopping center, é uma delas, lá tem muito do mesmo e todos vendem. Outro exemplo são as ruas que se especializaram em São Paulo, onde você encontra praticamente lado a lado lojas dos mesmos artigos: só eletrônicos, só vestidos de noiva, só embalagens...

O food truck não é uma ideia que se isola, mas se reúne em praças e eventos gastronômicos com dezenas de outros semelhantes, compartilhando experiências, e é assim que se cresce e se fortalece.

Como pessoa, no âmbito individual, o mesmo princípio funciona. Compartilhar dons, habilidades, ideias, oportunidades, projetos e iniciativas é ser abundante e o que é abundante cresce.

Não é abundante aquele que se isola, acumula, represa, com medo de perder, de ser superado por outros, de perder mercado, de perder a promoção para um colega. Esse não cresce.


O objetivo hoje, o foco, é criar valor e não lucro.



Li há poucos dias que Carlos Wizard Martins já ajudou a formar cerca de 300 milionários. Flávio Augusto da Silva, que é outro bilionário como Wizard, também publica livros e participa de palestras, eventos e workshop pelo mundo todo, ensinando as pessoas a se darem bem, espalhando a experiência que adquiriu a duras penas, com muito estudo, esforço e trabalho.

Estes dois são grandes exemplos de pessoas abundantes. E eles poderiam até pensar: “eu não tive quem me ensinasse e me desse a receita, tive que aprender sozinho, então também não conto o segredo para ninguém”. Mas não, quanto mais eles espalham e se espalham, mais ricos eles ficam. São pessoas abundantes.

E esta lógica está intimamente ligada a ideia de criar valor e não preço ao empreendimento.

Flávio Augusto, que a propósito mantem a iniciativa Geração de Valor, disse em uma das suas palestras que um executivo da Amazon pediu desculpas aos acionistas porque a empresa teve lucro, porque sobrou dinheiro e ele teve que distribuir aos acionistas.

                                            Por que ele fez isso?



Porque a ideia é reinvestir para criar valor, não preço. Por isso a Amazon já é uma das empresas mais valiosas do mundo. Se os acionistas pensassem pequeno, querendo retirar lucro, certamente a companhia não teria chegado onde está hoje e eles não estariam tão ricos. 

E este patamar foi alcançado trabalhando parcerias, criando e dando oportunidades, tornando-se importante, investindo para melhorar cada vez mais, e não retirando recursos, pensando no lucro puramente financeiro. 

Lucro recorrente só pode ser obtido em consequência do valor gerado.


Ser abundante é criar valor a sua volta, é fazer parcerias, é enriquecer o ambiente e as pessoas com conhecimento, com informações, com oportunidades, com iniciativas, com ideias, com inovação, com criatividade e soluções.

Tornar-se uma pessoa abundante é compartilhar e no ato de compartilhar você ensina e aprende, você dá e recebe, você ajuda e é ajudado. Assim você cria movimento, vida e riqueza. O retorno financeiro deve ser visto como consequência do valor que você ajuda a criar sendo abundante.

Para finalizar, deixo mais uma ideia ligada à abundância, que é a ideia de humildade. Mas esta humildade nada tem a ver com humilhação.

É a consciência de quem você é e de qual lugar você ocupa, sabendo que sempre tem a aprender e precisa de ajuda e parcerias.

Liberte-se.



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