quinta-feira, 27 de junho de 2019

A MENTIRA COMO FATOR DE DERROTA



Otário não é quem acredita, é quem mente.


 Existem tantas formas de praticar a mentira que eu acho que nem cabem todas aqui.

Mas vamos lá.

Meu foco, por causa da minha profissão, costuma ser a linguagem. E ao usar a palavra “mentira” a gente pensa em algo que alguém disse que não é verdade.

Mas a mentira é mais complexa do que isto e mentir vai além de dizer inverdades.

Quando eu ainda lecionava português em escolas, eu era implacável com a cola nas provas e plágio nos trabalhos.

Aluno que eu pegava colando, eu tirava a prova e dava zero na hora, não queira nem saber o que tinha escrito na prova.

Mas eu costumava ensiná-los que colar na prova era uma forma de corrupção e de mentira. Não era mentir para mim, para os professores, mas uma forma de mentir para si mesmo, de se enganar.

Há um desvio na compreensão de algumas coisas e por isto gosto de in-versões.

Não existe isto de: Ah, que otário, acreditou!

Só existe: Ah, que otário, menti!

Eu explicava para meus alunos que a nota de uma prova em que o aluno colou é uma mentira dada a ele mesmo, criada por ele mesmo.

Colou e tirou 8 na prova, esta nota não é sua, ela nem é verdadeira, é uma fraude, uma mentira que você cria, recebe e aceita com alegria.

Não há nada mais ridículo.

E esta é uma derrota contundente, mesmo que tenha aparência de vitória.

Porque uma das piores formas de mentir é mentir para si mesmo, é viver um engano. Isto é jogar uma vida inteira fora, no lixo.

Arrisco-me a dizer que a mentira que se diz para os outros é a que menos prejudica o mentiroso.

Mas a mentira criada para si mesmo, o autoengano, é desperdício de vida.

Quando uma pessoa mente para si mesma?


Quando vive uma fantasia.

Quando não encara a realidade.

Quando não aceita quem realmente é.

Quando não é verdadeira, autêntica e vive de aparências.

Quando nega as suas dores, fraquezas e limitações.

Quando nega as suas virtudes e potencialidades.

Quando se convence e acredita em desculpas e justificativas  falsas que cria para si mesma. Geralmente para fazer ou deixar de fazer algo se sentindo menos culpada.

Quando alcança algo de forma ilícita ou antiética.

Só isso?

Não.

Certamente existem muitas outras formas de mentir para si mesmo.

As pessoas são diferentes e cada uma é um universo, já dizia um sábio, não sei qual.

Portanto, cada um pode criar mentiras inéditas, só sua, pelos mais diversos motivos.

Por que uma pessoa mente para si mesma?


Por medo. De se perder, de perder algo, de perder alguém, de sentir dor.

Por orgulho. Não querer que o conheçam como realmente é.

Por vaidade. Preferindo sempre as aparências, as embalagens do que o real conteúdo.

Por baixa autoestima. Não acreditando que é capaz, bonita, forte.

Por vergonha e insegurança. Preocupada com a opinião dos outros.

Por maldade. Para prejudicar e enganar mesmo, sem mais justificativas.

Por fraqueza. Para alcançar algo que não consegue sem trapacear.

Por ambição. Para ter a qualquer custo.

Por uma questão patológica, uma doença, um desvio psicológico ou de caráter. Neste caso requer ajuda profissional.

Só isso?

Não.

Cada ser humano tem sua história e tem seus motivos.

Não tenho nem pretendo ter conhecimento de todos os tipos de casos, apenas citei alguns para ilustrar.

E o que acho importante é cada um se analisar e fazer suas escolhas.

Mas quem perde, quem é derrotado pela mentira é sempre aquele que mente.

Mentir pode se tornar uma compulsão, já conheci pessoas assim, que mentem compulsivamente, não conseguem fazer diferente.

Usar a nossa maravilhosa e poderosa linguagem para mentir é o mesmo que usar a água para se afogar. Usar algo bom, que dá vida, para seu próprio mal.

Eu preferia auxiliar um aluno que fosse sincero comigo e me dissesse que não sabia o conteúdo ou que estivesse com outro tipo de problema. Não o prejudicaria nem o deixaria em situação difícil, de jeito nenhum. 

Seria uma atitude bem mais bonita e digna do que tentar trapacear e colar na prova.

Pode haver engano na minha percepção, mas parece que vivemos em uma época em que prevalece a mentira, mente-se muito, tornou-se uma regra social.

Hoje em dia parece impensável dizer a verdade, reconhecer que errou, que precisa de ajuda, que não consegue fazer sozinho, mostrar que tem fraquezas e limitações, que tem defeitos também, que é culpado.

Mente-se sobre tudo, o tempo todo, para todos. 

Um fator de derrota, porque quem mente para não perder, já está derrotado.

E existe a mentira boa?

Na minha opinião sim, se ela vai diminuir a dor de alguém, se vai salvar uma vida, se vai acalmar um coração aflito. Se vai evitar uma tragédia. 

Desde que não prejudique ninguém, então entendo que sim, que existe mentirinha do bem. 








quarta-feira, 19 de junho de 2019

QUE EDUCAÇÃO É ESSA?

Você, professor, tem o conhecimento, mas está vendendo seu tempo, suas horas, seus dias, sua vida? 




Peço desculpas aos meus colegas professores, mas vou fazer um pouco o advogado do diabo neste artigo.

A intensão não é ofender nem desmerecer nosso trabalho, é só incomodar mesmo, porque o que é cômodo pode não ser muito produtivo nem transformador.


Espero provocar perguntas, questionamentos e indignação. 

Educação, ao meu ver, de educador, é uma ciência, uma disciplina acadêmica, uma área de pesquisa e uma prática, que deveria contribuir para a construção de um mundo melhor para as pessoas. 

Repito: para as pessoas.

Deveria contribuir para a construção de uma sociedade humana em que se pudesse viver dignamente, feliz e em comunhão, sentindo-se seguro e realizado.

É assim que é?

Ao que me parece, a escola e a família deveriam ser os lugares privilegiados da educação, aquela que constrói um mundo melhor para uma sociedade melhor.  Mas nem uma nem outra e nem mesmo a religião estão dando conta de construí-la, de desenvolvê-la e de praticá-la. Salvo raras exceções.

Chego a esta opinião ao olhar para o lado, ao meu redor, para o mundo em que vivo, para a vida das pessoas e para as relações sociais físicas e virtuais.

E você? 
Consegue ver?  
Consegue enxergar além das aparências e dos discursos? 
Consegue ver por baixo das máscaras?

Chego a me perguntar se a escola faz mais bem ou mais mal para as nossas crianças e jovens hoje em dia.

Eu sei que há um pudor enorme com relação à escola e falar contra ela ou questioná-la é quase um sacrilégio, mas aquilo que não se repensa, que não se critica e renova, tende a mofar e a escola está ficando com cheirinho de mofo.

É na escola que os diferentes começam a ser massacrados pelo bullying e é para lá que eles têm voltados armados de revolta, desalento e pistolas. 
Não tem sido assim?

A educação escolar não prepara para o século XXI, não ensina, como diz Augusto Cury, as pessoas a lidarem com suas emoções.

Não ensina, como diz Edgar Morin, as pessoas a lidarem com a complexidade e a terem uma visão sistêmica do mundo e da vida.

A escola não ensina as pessoas a viverem na atual configuração social.

E o resultado que temos é uma sociedade doente.

Aliás, a escola está conseguindo inclusive adoecer os professores, aí imaginem como fica tudo.


Reforma? 

Não. 

Não sei se este sistema pode ser reformado, algumas vezes o melhor é demolir e construir um novo.

Um novo ente de educação erigido no lugar deste que aí está.

Sem pudor. Com utopia, pode ser, mas sem pudor de desconstruir o que adoece, o que não funciona mais.

Ah, sim, serve para ensinar Matemática, Português, Geografia, História e algumas técnicas profissionais. 

Mas que matemática e que português se tem ensinado na escola, que ninguém aguenta mais?

Sou professor de Português e lecionei por muitos anos, e por isso posso afirmar sem medo de errar que o que se ensina nesta disciplina ainda hoje é ridículo.

Com raríssimas exceções, as escolas nem para ensinar a ler e escrever estão servindo mais.

Todas as pesquisas e dados e resultados e experiências comprovam isso.

Então, se não ensina a ler e escrever, não ensina ética, não ensina a lidar com as emoções e conflitos sociais, não ensina a conviver e compartilhar, se não ensina respeito, compaixão e solidariedade, se não ensina a pensar de forma sistêmica e crítica nem a estudar e aprender, serve para quê?

Se não serve ao propósito de construção de um mundo melhor e de uma sociedade mais justa, a qual propósito tem servido a “educação”, a escola?

Tem servido para a competitividade?
Para a exclusão?
Para a seleção?
Para a programação e encaixotamento das mentes?
Sim, pois a gênese da escola é esta, para isso foram criadas, com este propósito, e a ele ainda servem. Já disse Foucault. 

É na escola que a deseducação acontece. 
E até que alguém tenha coragem de encarar esta realidade, ela continuará deseducando.


Um movimento de pais, de professores e de estudantes em prol da desconstrução deste modelo de educação escolar, bichado, antiquado, inadequado e nocivo, e que ao mesmo tempo construa uma nova proposta de ente educador, para o século XXI, seria, talvez, uma alternativa.

Parafraseando Humberto Maturana, antes de decidir que educação queremos para o Brasil, precisamos decidir que Brasil queremos, que sociedade queremos, que cidadãos queremos. 

Em que momento fizemos isso no Brasil? 

Quando você como pai, como educador ou como estudante opinou sobre estas questões? 

Quando você participou, mesmo sendo educador, de discussões e construções deste tipo que realmente tenham resultado em práticas?

Quem é pai de criança ou jovem em idade escolar sabe que mesmo pagando uma escola particular cara, seus filhos ainda não sabem o que a escola passou anos tentando ensinar. 

E a culpa não é do aluno, é da escola. 

Porque por outros meios as crianças têm aprendido outras coisas de forma rápida e com facilidade.

Há professores dando 60 aulas por semana, para salas com 30 ou 40 alunos, ainda usando um livro didático e uma lousa, enquanto o jovem tem o mundo na palma da mão, ao alcance de alguns toques na tela, sem precisar sequer olhar. 

Se a escola fosse mesmo um lugar saudável não teríamos um número tão grande de professores em tratamento com medicação de uso psiquiátrico e de crianças tomando Ritalina e sabe-se lá mais o quê. 


Se a nossa loucura já está atingindo as crianças, isso deveria ser um alerta vermelho para repensarmos a educação, a escola e a nossa saúde mental e emocional.

Professor estuda anos, adquire um conhecimento especializado e aprende como passar este conhecimento.

Depois chega na escola e vende seu tempo.

Ou seja, o professor vende seu tempo para a escola, mas ela vende o conhecimento do professor para a sua clientela.

É isso que significa trabalhar por hora/aula, você, professor, está vendendo seu tempo e seu dia só tem 24 horas, por isso não consegue ganhar o suficiente mesmo trabalhando tanto. 

Enquanto isso é a escola que vende o seu conhecimento por um preço bem alto.

Se você vendesse seu conhecimento diretamente, sem atravessadores, tudo seria diferente, para você, para a sua família e para seus alunos.

Desconstruir a escola e este tipo de mercado de conhecimento ou informação, significa acabar com a exploração do professor, baratear a educação para os pais e melhorar a qualidade do ensino para os alunos.

Espero não ter proposto soluções nem ter dado respostas, mas ter provocado perguntas, dúvidas e questionamento.

domingo, 16 de junho de 2019

O PODER DA LINGUAGEM


Não suporto influenciar pessoas e vou te contar porquê.



 "Luciano, posso fazer uma festinha de aniversários de 1 ano para o meu filho?"

Influenciar pessoas está na moda, parece que é o que todos procuram, seja para aumentar a clientela, seja para encher seus templos, seja para conquistarem seguidores, tráfego, clientes, votos, simpatia, aprovação ou consciência tranquila.

Por isso eu não gostaria de escrever para convencer, apenas para me expressar.

Se te servir, use. Mas por decisão sua.

Se não servir, descarte, jogue fora. 

Se não quiseres ler, tudo bem, o importante é que a escolha seja só sua e seja livre.

Não suporto influenciar pessoas e vou te contar porquê.


Vou te contar uma história bem singular, mas que é a pura verdade, aconteceu comigo.

E com esta história, a minha intenção é mostrar como a linguagem é poderosa e como acho importante utilizá-la com responsabilidade.

Entre meus 23 e 28 anos eu viajei pelo Brasil dando palestras sobre vários assuntos ligados ao esoterismo, à meditação, ao autoconhecimento, tantrismo, concentração, despertar da consciência, viagem astral e eliminação do ego.

Sim, eu sei, é doido, mas já vou te explicar.

Eu me fanatizei em uma determinada organização filosófica e mergulhei de cabeça, de forma intransigente, extremista e intolerante, como é todo tipo de fanatismo.

Sendo o fanatismo religioso o pior de todos e o mais perigosos.

Passei a trabalhar para esta organização.  Abria centros de estudos por onde eu ia, vivendo apenas para isto e deste trabalho.

Para se ter uma ideia, em uma destas cidades, de 200 mil habitantes, depois de 3 anos de trabalho saí de lá deixando uma escola funcionando na principal avenida, em um imóvel de 500m2, totalmente autossustentado e autofinanciado.

Então, o que houve de errado?


Fui bem treinado para fazer o que eu fazia, as palestras eram elaboradas cuidadosamente para convencer, e convenciam muitos e de tal forma que um dia isso me assustou.

Vinham nas nossas palestras, pessoas de todas as áreas profissionais, de todos os níveis sociais, de diferentes níveis de instrução, de poder econômico variado e de todas as idades.

Parece que as pessoas necessitam de alguém em quem se inspirar, alguém para endeusar, para idolatrar, alguém que as controle e direcione. Talvez por falta de amor próprio e autoconfiança.

Certo dia, em uma destas cidades em que fundei um centro de estudos da tal organização, um homem, pai de família, profissional, pai de uma menina e um menino, me procurou para me perguntar se ele podia fazer uma festinha para comemorar o aniversário de 1 ano do seu filho.

“Luciano, posso fazer uma festinha de aniversário de 1 ano para o meu filho?”

Naquele momento meu fanatismo abriu-se, fendeu-se, rachou, e um facho de luz entrou em minha consciência.

E eu me perguntei.

“O que é que eu estou fazendo com estas pessoas?”

“Quem eu penso que sou para determinar o que é verdade e o que não é, o que é bom e o que é mal para estas pessoas?”

Tirei o chão daquele pai de família que até me conhecer sabia tomar decisões.

Roubei a segurança daquele homem que antes de me ouvir, de aceitar o que eu tinha para lhe dizer, bem ou mal fazia suas escolhas.

Mas eram as suas escolhas, as suas decisões, tomadas livremente, sem a minha interferência, sem a interferência de alguém que mal se conhecia e queria ditar verdades para a vida dos outros.

E o pior é que ele não foi o único.

E quando os deixei, muitos ficaram sem saber o que fazer e se perderam de si mesmos.

E infelizmente eu também não era o único.

Então, quando os deixamos, alguns não souberam mais viver, alguns se tornaram andarilhos, deixando tudo para traz, até mesmo a própria identidade.

Isto faz muito tempo, hoje estou com 52 anos. Não esqueço de muitas daquelas pessoas, mas não posso me condenar para o resto da minha vida, senão quem não vai conseguir viver sou eu.

E eu sou o resultado do que vivi, dos lugares por onde andei, das pessoas com quem estive.

E depois de ter vivido esta experiência, entrei em uma Universidade para estudar a linguagem humana e fiz dela a minha profissão.

Sei muito bem o poder que as palavras podem ter, tanto para edificar como para destruir vidas.

Já provei desse poder tanto sobre a vida dos outros como sobre a minha própria vida.

Por muito tempo repeti para mim mesmo que eu me odiava e que eu era um lixo e assim eu me sentia, mesmo que ainda fizesse coisas boas e recebesse elogios.

Mas dentro de mim, era assim que eu me sentia, de acordo com o que eu dizia de mim mesmo, um miserável.

Até que o poder do que eu declarava sobre mim mesmo se concretizou e se exteriorizou.

Sair dali não foi nada fácil.

Então, mais uma vez a linguagem teve seu papel decisivo.

O poder do que se declara, o poder do verbo, é impressionante.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

NO PRINCÍPIO ERA O VERBO, E O VERBO SE FEZ LIXO



A palavra é como o vento, o calor, a água, pode gerar vida ou acabar com ela.


Não é à toa que nós, humanos, falamos, e escrevemos, só não sabemos ainda o que fazer com isso.

Parece que não temos ainda a real dimensão do poder que tem o verbo, as palavras, a linguagem.

Nenhuma outra espécie usa este tipo de linguagem que usamos, a linguagem verbal e isto faz toda a diferença entre nós e eles.

É justamente por este tipo de linguagem que temos, capaz de fazer metalinguagem, que nossa mente é o que é, que nossa cognição, nossa ciência e nossa consciência chegam onde nenhuma outra é capaz de chegar.

Ao ponto de não termos limites, ninguém foi capaz de prever onde chegaríamos e ninguém é capaz de dizer onde ainda vamos chegar.

Mas nossa linguagem alcança lugares muito além de toda esta ciência terrena e física.

O verbo guarda aspectos metafísicos, alcança outros espaços e outros tempos. É um mistério.

Por isso, também não foi à toa que muitos livros místicos e religiosos, ao redor de todo o mundo, que ambicionaram descrever nossa gênese e a de divindades, colocaram este advento no verbo.

De acordo com estas crenças, tudo teria iniciado no verbo, na palavra, no logos. Daí nasce tudo o que existe.

E nós, os humanos, os únicos a ter este tesouro.

Como temos utilizado esta maravilha?

Onde este misterioso poder pode nos levar?

O que podemos alcançar se soubermos usá-lo?

Como temos tratado este presente dos deuses, do Universo, esta dádiva da criação?



A propósito, lembrei de um substantivo que ultimamente tem sido muito usado como adjetivo, para qualificar seres humanos: LIXO.

Não sei nem quem é, mas fez ou disse algo que EU desaprovo:  LIXO!

Não faço ideia de quem seja, mas defende uma ideia que vai contra o que EU acredito: LIXO humano!

Me disseram, ouvi dizer, que é um bandido, de acordo com a MINHA concepção de bandido e o MEU julgamento: é um LIXO!

Até ontem nunca tinha ouvido falar dele ou dela, mas li em algum lugar que sua opinião é contrária ao que EU penso: LIXO!

Mas é claro que as pessoas têm este direito, elas têm o livre arbítrio, não têm que ficar escondendo o que pensam das pessoas, têm liberdade de expressão. Afinal, quem diz o que quer ouve o que não quer. Não é assim que diz o ditado?

Pois muito bem, o ofendido também terá o direito de reagir quebrando os dentes do ofensor? É isso mesmo? Não pode haver limites para não traumatizar? O politicamente correto não serve porque é castrador, queremos dizer o que nos vem na cabeça?  

Isto não é falar, é vomitar sobre as pessoas.

Não é sinceridade, é maldade, rancor, ofensa, grosseria, desamor, descontrole, raiva, ira, que faz mal ao outro e àquele que profere, primeiro.

E sabe onde isto acaba?

Em trauma, violência, morte, dor, decepção, sofrimento, destruição, caos, perdas, em um círculo vicioso.

Porque a palavra é sagrada, o verbo é poderoso, deve ser usado com cautela, com cuidado, com carinho, para edificar.

Senão é melhor calar para não destruir.

Quer uma prova científica disso?


Um cientista japonês, o Dr. Masaru Emoto, fez uma experiência com a palavra para determinar o quanto ela tem o poder de influenciar a realidade, o mundo a nossa volta, fisicamente.

E olha só o que ele descobriu.

O Dr. Emoto pegou duas substâncias, uma em estado sólido, o arroz cozido, e outra em estado líquido, a água, e submeteu as duas a palavras positivas e negativas em seu laboratório por um determinado período. Depois analisou o resultado e divulgou.

É bom lembrar que não se fala sem pensar, isto é só uma maneira de se dizer que falou algo sem refletir antes, mas não se pensar.

Este é o resultado de palavra e pensamento, eles andam juntos.

Veja.









A maior parte do nosso corpo é constituída de água.

As palavras e pensamentos negativos que proferimos são gerados dentro de nós, crescem dentro de nós, vivem dentro de nós e podem permanecem em nós mesmo depois de deixarmos saírem.

Quando alguém diz que “fala mesmo!”, que não leva desaforo para casa, este é quem leva, não só para casa, mas para a cama. Leva dentro de si, envenenando suas entranhas.

Aquele que ouve, se for um pouco preparado, não recebe o presente, nega, deixa com o ofensor, devolve, não pega para si, não deixa entrar, este não leva desaforo para casa.

Convido você a pensar sobre isso.

Como temos usado este maravilhoso poder, esta bomba nuclear que ganhamos da natureza?

Não estamos como crianças que recebem uma arma poderosa nas mãos e não sabem usar?

Temos usado para edificar a nossa vida e a dos outros, para mudar o mundo ao nosso redor para melhor. 

Porque o poder das palavras pode servir para mudar o meu e o seu mundo para melhor.