quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019


Quem precisa de um emprego? II


Chegamos praticamente sem dinheiro, então Quem precisa de um emprego?, e rápido.



Em 1995 eu cheguei na cidade de Cachoeiro do Itapemirim, no estado do Espírito Santo, para morar por um tempo. Sou natural de Santa Catarina, estava longe da minha terra e não conhecia ninguém naquela cidade. Nem eu nem minha esposa daquela época, que esperava um bebê.
Chegamos praticamente sem dinheiro, então eu precisava de um emprego, e rápido.
Eu não tinha faculdade ainda naquela época, tinha o Ensino Médio completo e nenhuma profissão definida. Fui à agência do SINE daquela cidade e lá vi um anúncio de uma escola, que atendia crianças com necessidades especiais e precisava de professor de natação. Eu sabia nadar relativamente bem, algumas modalidades mais ou menos, o suficiente para não morrer afogado, mas nunca tinha feito curso algum nesta área, mesmo assim arrisquei e fui até a escola tentar a vaga.
Chegando lá, a esposa do proprietário me recebeu e me entregou uma ficha para eu preencher. Olhei para aquela ficha, pedia um montão de dados e números de carteiras e de documentos e referências e experiências anteriores, nossa! Eu não tinha nada daquilo nem paciência para tantos dados.

Virei o verso da folha, estava em branco, escrevi um texto explicando, entre outras coisas, que aquela montoeira de dados não era suficiente para eles me conhecerem, precisávamos olhar um nos olhos do outro e conversar pessoalmente. Coloquei meu nome, meu endereço, entreguei a folha para a jovem mulher e fui embora.
Isso devia ser umas 10 horas da manhã, ao meio dia o dono da escola apareceu lá em casa, curioso, queria me conhecer, disse-me ele que nunca tinha visto alguém fazer aquilo.
Eu não tinha os cursos e a formação que precisava ter, mas me propus a trabalhar de graça. Ele aceitou. Mas antes de terminar o primeiro mês ele já se sentia em débito comigo, nunca conseguiu não me pagar. Fiquei lá por alguns meses, fizemos uma boa amizade. Nas férias da escola, toda a família foi para a praia e eu fiquei tomando conta da escola sozinho, pintei, cuidei da piscina, das matrículas, recebi, fiz pagamentos e me deram a mensalidade de todas as aulas de natação que eu consegui naquele verão.

Foi nesta experiência que eu decidi voltar para Santa Catarina e me tornar professor.

Moral da história:

Muitas vezes é preciso ousar, libertar-se dos modelos, do normal, afastar-se um pouco daquilo que todo mundo faz, usar a criatividade, não aceitar os limites, os dados, a lógica.
Não importa a crise ou as dificuldades, sempre tem um jeito de você surpreender e conseguir o que quer com coragem e ousadia. Só precisa acreditar em você e se esforçar com sinceridade para sempre fazer as coisas bem feitas, até as mais loucas.
Liberte-se
Espero que este artigo tenha sido útil, mas continuaremos neste assunto.
Até o próximo.

                                                                

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