Quem não se pergunta, só obedece.
Já parou para pensar em que
mundo você vive?
E tem certeza que você sabe em
que mundo vive?
Você sabia que desde que você
nasceu e à medida que foi crescendo um software foi sendo instalado em você e é
este programa que comanda a maneira como você entende o mundo?
E não só isso, ele comanda todos os seus atos, todas as suas posturas,
todas as suas decisões, desde a maneira como você usa o banheiro até a maneira
como você se alimenta, como pensa, como se relaciona, como fala, como caminha,
tudo o que você é, o que pensa que é e como vê a si mesmo.
É assustador, não é mesmo? Mas
é a pura realidade.
Não é um software igual aos usados
nos computadores, é muito mais avançado, mas funciona como um e esta é a melhor
comparação para entendermos este assunto.
De onde você acha que saiu a
ideia para a produção da trilogia Matrix?
Sim, da nossa matriz, do programa que nos comanda. Claro que o filme é uma criação
artística, uma metáfora, mas foi pensado a partir da na nossa realidade.
Esse programa tem outros
nomes, mas a sociologia e a antropologia o chamam de “cultura”.
Você só é quem é por causa da
cultura onde nasceu, ela está em tudo e em todos, desde o útero materno te
influenciou e assim que você nasceu o arquivo começou a baixar mais rápido, foi
sendo instalado e começou a rodar.
Hoje você já é totalmente
controlado por ele. Você não faz nada fora dele, nada.
Acha que eu estou exagerando,
né?
Primeiro é bom dizer que não
criei esta ideia da minha cabeça, isto é
dado científico, resultado de anos de estudo e milhares de pesquisas em diferentes
áreas da ciência.
Segundo, deixa eu te propor
algumas reflexões para te mostrar quando o programa que está em você acusa
erro.
Você acha natural almoçar às 5
horas da tarde ou parece que há algo estranho nisso?
E como sua mente reage diante
de um jantar formal, de uma mesa ricamente posta, em que não há talheres e
todos comem com as mãos?
E que tal se o horário de começar
a trabalhar, estudar e abrir a empresa fosse às 11:00 horas?
Imagine que você vai a um restaurante
almoçar, adora a comida e o atendimento e na hora da pagar a conta dá uma gorjeta
ao garçom e recebe de volta uma cara feia e xingamentos de um garçom muito
brabo com você por tê-lo ofendido tanto?
E se você estiver comendo em
um lugar e ao colocar sal na comida do seu prato todos se sentirem muito ofendidos
com esta sua atitude grosseira?
A mulher dos seus sonhos está
apaixonada por você e aceita seu pedido de casamento, mas só pode se casar
depois que você caminhar com ela nos braços sobre uma trilha de brasas incandescentes
e de pés descalços.
(se esta moda pegar por aqui, estaremos literalmente
fritos).
Achamos tudo isso muito
estranho, porque diante destes comandos nosso programa acusa erro.
Mas são todos hábitos muito
comuns para outros povos da Terra.
O programa que roda neles
aceita estes comandos.
Então muitas das nossas ações não
são simplesmente coisas naturais, são obediência ao programa que alguns chamam
de “cultura”.
Muitas coisas que você faz,
não faz por escolha nem porque tem a liberdade de fazer e nem porque é natural,
mas é porque está programado para fazer.
E estes são somente alguns
exemplos bobos, há muito mais do que isso, o programa nos comanda em coisas
muito mais sérias, nos mantém presos, limitados, com visão restritamente subordinada
a ele.
E se dar conta disso, refletir
sobre isso, sobre o porquê faço o que faço, vivo como vivo, vejo como vejo,
entendo como entendo é o primeiro
passo para deixar de obedecer ao programa.
Houve uma época em que um
movimento chamado de “contracultura” se popularizou.
Este movimento tinha o
objetivo justamente de questionar o programa, a cultura, os modelos, as
obrigações que temos que obedecer sem nem sabermos de onde vieram.
Este movimento pode não ter
agido corretamente em tudo o que fez, também acabou sendo engolido pelo
programa, mas deixou sementes importantes plantadas na terra do conhecimento,
da reflexão e da memória.
Pense sobre isso. Faça algumas
in-versões, procure outras versões do mundo e de si mesmo.
Liberte-se.
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