quarta-feira, 17 de abril de 2019

Lições que aprendi com viagens de moto que servem para a vida.


Não é a velocidade que nos faz rápido, é a constância.


Ao percorrer 17 mil km com uma moto pequena e velha, por 3 países, enfrentando todo tipo de estrada e clima, tendo que manter os 80, 90 km por hora, percebi que não era a velocidade, a correria ou a pressa que fazia a viagem render, mas a constância.

Em vários momentos das minhas viagens encontrei outros viajantes, com motos novas e potentes, equipamentos de ponta, que em dado momento passavam por mim “voando” e sumiam na minha frente.

Então percebi que com frequência eu passava por eles também, quando estavam em um posto de combustíveis ou à beira da estrada, e que muitas vezes acabávamos almoçando nos mesmos lugares, pernoitando nas mesmas cidades e fazendo boa parte da viagem juntos.

Percebi que isto acontecia porque, apesar de eles fazerem trechos em alta velocidade, não conseguiam manter aquele ritmo por todo o trajeto, pois se tratava de viagens longas.

E eu me mantinha em movimento por mais tempo, em velocidade constante, e percebi que as diferenças de tempo não eram tão grandes, muitas vezes eram de minutos.

E depois percebi o mesmo princípio caminhando nas ruas da minha cidade. Eu via passarem por mim pessoas apressadas, correndo para atravessar a rua rápido, que chegavam no mesmo lugar que eu com diferença de uns 3 minutos.

Percebi pessoas de carro que passavam por mim enquanto eu caminhava pela calçada bem devagar, desfrutando do momento, do caminho e da caminhada, e lá na frente eu passava por elas, presas eu seus carros, que estavam presos em engarrafamentos. Chegávamos juntos no mesmo lugar ou eu até chegava primeiro.

Foi assim que descobri que não adianta correr demais, ter muita pressa, querer ser rápido, dar um gás em um determinado momento e ter que parar com frequência, desanimar, desconcentrar, oscilar ou abandonar um projeto.

Melhor mesmo é manter o foco, a frequência, a constância, o ritmo, desfrutar do trajeto, do caminho, do momento presente.

Também aprendi que não preciso, não devo e não quero deixar de fazer porque não tenho o melhor equipamento ou “aquele” equipamento. 

Devo e vou fazer com o que se tenho, porque o que importa mesmo é fazer, é realizar.

Se a vida é uma viagem longa ou curta eu não sei, depende do ponto de vista, só sei que quero desfrutar do caminho, não tenho pressa de chagar ao final, já sei o que me espera lá, mas não sei como será o trajeto.


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