sábado, 27 de abril de 2019

GAME OF THRONES: PROTEJA OS INOCENTES


“Em nome da mãe, ordeno que protejas os inocentes.” 


 Esta é a terceira frase dita na cerimônia de nomeação do cavaleiro, que se encontra de joelhos, com a espada sobre seus ombros e depois sobre sua cabeça.



As duas virtudes anteriormente exigidas de um cavaleiro desembocam nesta última, a proteção dos inocentes.

Ter coragem e ser justo só tem sentido se for em função de proteger os inocentes.

Mas ao longo da série o que vimos foi muito mais crueldade e tirania do que defesa dos inocentes.

Vimos aqueles que defendiam os inocentes serem castigados e os tiranos serem premiados, mais ou menos como acontece no mundo real, fora da ficção.

Ainda assim, se algo dentro de nós vibra e se alegra quando vemos uma rainha se dedicar a libertar escravos, a dar proteção, reconhecimento, dignidade e carinho a eles, então estamos salvos, porque estamos vivos.

Do contrário, se não sentimos isto, estamos perdidos, porque estamos mortos.

Se diante da injustiça sentimos indignação e temos coragem de enfrentá-la, então estamos salvos, porque ainda estamos vivos.

Mas se diante da injustiça nos alegramos, se a justificamos ou nos acovardamos, então estamos perdidos, porque já estamos mortos.

Esta é a grande batalha entre vivos e mortos desta oitava e última temporada.

Entre súditos de reis e o povo livre há aqueles que ainda estão vivos e lutam contra a morte, não apenas contra vagantes brancos ou o rei da noite, mas contra a tirania, contra a escravidão, a fome e a miséria da viúva e do órfão, contra a distorção do poder e a dominação.

E para a surpresa de muitos, mais uma história vem confirmar que os valores do cavaleiro sempre estiveram no bastardo, no renegado, na mulher, na criança, mais do que no comandante militar, nas tropas do rei e no trono.

À primeira vista não foi possível ver, mas as aparências enganam, muito, tanto na arte como na vida.

E até aquele que é nascido do ferro é capaz de refletir sobre si e se moldar, quando submetido ao fogo, se estiver vivo ainda.

O que está morto para si, não pode morrer, ainda que seja assassinado viverá na coragem, na justiça e na proteção dos inocentes.

O cavaleiro de valor não depende da ordenação, das palavras, da formação, mas de alguma forma ele carrega em si este traço humano indestrutível e inconfundível, e o mantém diante de qualquer dificuldade ou facilidade.

Game of Thrones tem muito a ensinar para quem quer aprender, mesmo que seja necessário assistir tudo de novo, assim como é a vida.




Nenhum comentário:

Postar um comentário