quarta-feira, 3 de abril de 2019

EM QUE TEMPO VOCÊ VIVE?



Só existe vida no agora, o resto é lembrança ou projeção.



No post anterior a pergunta foi 
Em que mundo você vive?”.

Mas neste quero compartilhar com você o que tenho pensado sobre o tempo em que vivemos.

Não no sentido de analisar a época e suas características, mas o tempo mesmo, o tempo em que estamos em um dado momento.

E por que isso seria importante?
Porque isto tem a ver com viver ou apenas existir.

Viver e existir são duas coisas bem diferentes.


Uma pedra existe, mas não vive.

Pelo menos não como vive um coelho ou uma pessoa.

Uma árvore existe e vive, mas não vive como vive uma águia que voa por cima das montanhas e bosques.

Nós, de todos os seres viventes, deveríamos ser os mais capacitados para viver em plenitude, no máximo de nossa condição, como seres dotados de raciocínio, inteligência, consciência e possibilidades quase que infinitas.
Infelizmente nem sempre é isso o que acontece.

Olhe para o homem e veja como ele vive.




Paralelo a todos os avanços magníficos que fizemos na nossa história, hoje há uma grande parcela de nós que vive infeliz, solitária, ansiosa, deprimida, angustiada, com pressa, sem tempo, atarefada, insatisfeita, doente, atrapalhada, sem ânimo, correndo atrás de algo que nem sabemos direito o que é, que nem desejamos de verdade ou que não nos fará bem.

Vivemos quase que automaticamente porque alguma força acima de nós parece nos obrigar, diz que devemos, que tem que ser assim, então obedecemos.

Reclamamos que não temos tempo para nada, ou melhor, que não temos tempo para fazer o que gostaríamos de fazer, quando deveríamos ser os únicos donos do nosso tempo de vida.

E assim nos tornamos a única espécie que se autodestrói, somos os únicos seres vivos que cometem suicídio por desespero. Quando deveríamos ser a espécie mais feliz,  a mais foda de todas.

E se você for fazer uma pesquisa, não se surpreenda se descobrir que em muitos lugares, inclusive do Brasil, o número de suicídios já é maior do que o número de homicídios. E olha que o número de homicídios infelizmente é bem alto.

Mas o que isso tudo tem a ver com o tempo?



É que se não somos donos do nosso tempo para fazer aquilo que nos faz bem, que nos alegra a alma, que areja a alma, que nos dá esperança e alegria de viver, que nos dá satisfação na vida, tesão, sensação de liberdade e plenitude, adoecemos.

Se passamos ano após ano vivendo insatisfeitos, presos a situações desagradáveis, odiando levantar da cama para encarar o dia, amando a sexta-feira e odiando a segunda, tendo sonhos e não vendo a possibilidade de realizá-los, esperando a aposentadoria chegar para viver, escravos do passado ou do futuro, adoecemos.

É o mesmo que capturar aquela águia e colocar em uma pequena gaiola, ela entristecerá e adoecerá até a morte.

Em que tempo você vive?


Você já colocou as chaves ou outro objeto em algum lugar e não sabia mais onde foi?

Você já saiu de casa e depois ficou se perguntando se chaveou a porta, desligou o gás ou o ferro de passar roupas?

Você já se deu conta de um novo imóvel ou uma linda árvore florida no trajeto que faz todos os dias e que nunca havia percebido?

Você já foi a algum lugar e passou direto, se dando conta só depois que andou mais do que era necessário?

Estas coisas acontecem porque quando você fez o que fez não estava presente em si mesmo nem no momento nem no lugar. Estava fora, no passado, no futuro ou em outro lugar, só o corpo estava agindo automaticamente.

E isto é existir sem viver, é existir ausente.

O homem está onde está a sua atenção.

Viver desta forma consome uma enorme quantidade de energia, nos faz perder o momento presente e o espaço presente. 
E viver assim é viver automaticamente, como um robô.

Viver assim é fragmentar-se e fragmentado não se pode ser pleno.

Além disso, viver no passado pode causar depressão e viver no futuro é uma das causas da ansiedade.

O passado não se pode mais alterar, aliás, ele nem existe mais, somente existem as consequências dele e estas estão no agora.

O futuro também não está no nosso controle e nem sabemos se chegaremos nele ou se ele existirá. E se existir, ele será o resultado do nosso viver no presente real, de fato, em ação.

O único tempo que existe é o exato agora, o momento presente, o já.
E é somente no presente que existe vida.

É só no presente que a vida acontece, estar fora dele é estar fora dela também.

É somente vivendo o presente de forma magnífica, intensa, integralmente, que podemos alterar o nosso passado e possibilitar um futuro fantástico.

Pense nisso.
Liberte-se.

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